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Persevera Asset Management

Nossos primeiros 6 meses



Em abril, o Persevera Compass FIC FIM completou 6 meses desde o seu início, período a partir do qual passa a ser permitido divulgar e comentar a rentabilidade do fundo. Assim, dedicaremos a carta deste mês à descrição dos resultados obtidos pelas estratégias que adotamos nesse período. A partir do mês que vem, faremos uma atualização trimestral dos resultados, e continuaremos focando em nossas teses de investimento e estratégias de mais longo prazo nas demais cartas mensais.


Nossa filosofia de investimentos prioriza a defesa do capital em momentos de maior turbulência nos mercados. Em períodos de exuberância, buscamos apresentar bons resultados, mas sem perder a sobriedade, a disciplina e sem comprometer a diversificação da carteira. Por outro lado, em situações de stress ou ruptura, é fundamental proteger a carteira do fundo de grandes perdas. Novamente, nas palavras de Howard Marks[1]:

“a coisa mais importante que um investidor deve fazer [...] é definir o balanceamento de seu portfolio entre ataque e defesa. Não [entre] renda fixa e ações, EUA vs. externo, large caps. vs. small caps. [Mas sim entre] ataque e defesa.”

Nos seis meses desde que lançamos o fundo, houve dois momentos importantes de turbulências de mercado: em dezembro de 2018 e em março de 2019. Entendemos que os resultados obtidos nesses períodos estão bem alinhados com nosso objetivo de trazer rentabilidade superior de longo prazo, combinando bom desempenho quando maturam as estratégias com a capacidade de proteger a carteira de quedas agudas nas crises.


Dessa forma, em dezembro, quando o índice S&P 500 chegou a cair quase 15%, arrastando todos os ativos de risco, nossas posições estruturais aplicadas em juros nominais e nosso hedge aplicado em taxas de juros americanas mais do que compensaram o desempenho negativo das exposições compradas em bolsa local. Enquanto as posições em bolsa apresentaram uma perda de 30 bps[2], as posições em renda fixa adicionaram 56 bps à performance. Nesse mês, a diversificação das estratégias se mostrou bastante eficiente, com destaque para nossa posição não consensual aplicada em juros americanos, que contribuiu positivamente com 9 bps.


Março foi um mês ainda mais desafiador, com elevação das preocupações sobre a tramitação da reforma da previdência devido ao desentendimento entre o Presidente Bolsonaro e o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A bolsa chegou a cair 8%, o dólar a se valorizar 6% e o DI jan/21 chegou a subir 42 bps[3]. Nesse mês, tanto as posições em juros como as posições em bolsa prejudicaram o desempenho do fundo (33 bps e 32 bps respectivamente). No entanto, esse foi um período em que nosso estilo permitiu proteger de forma eficiente a rentabilidade do fundo, em relação ao grupo comparável de fundos multimercado. Nossas posições em juros feitas através de opções e com perda limitada, a visão não consensual de que o Real poderia continuar se desvalorizando, e uma mudança de posicionamento contrária ao mercado no Ibovespa[4] permitiram um bom desempenho relativo, o que nos fez galgar algumas posições no ranking dos melhores fundos multimercados do país.


Pelo lado positivo, janeiro foi um mês muito favorável para os mercados em geral, o que se refletiu no desempenho de nossas posições. Como destacamos, porém, nos momentos de maior exuberância é importante manter a disciplina de diversificação. Ainda assim, as posições ativas agregaram 158 bps no mês, sendo a maior parte (95 bps) advinda da recuperação das posições de renda variável, que reverteram as perdas do final de 2018.


Por fim, nos meses de novembro/18 e abril/19, as posições ativas apresentaram resultados neutros.

No período como um todo, analisando por classe de ativos, a principal contribuição positiva para o desempenho do fundo veio da posição aplicada em juros no Brasil (+70 bps), seguida pelas exposições em renda variável (+40 bps). Da contribuição de renda variável, 27 bps vieram das posições em ações e opções no mercado brasileiro, e 13 bps das exposições direcionais (Ibovespa e S&P 500). A utilização de ações tanto para posicionamento fundamentalista quanto para exposição a temas macroeconômicos em setores e empresas específicas é uma característica distinta da nossa estratégia. Atualmente, os principais nomes na carteira são São Martinho, Qualicorp e Duratex. As posições em juros americanos e moedas apresentaram pequenas contribuições no período como um todo.



Nossa expectativa tem sido, há muito tempo, de que a recuperação da atividade continuará decepcionando, pois o que estamos vivendo no Brasil não é uma mera recessão cíclica, mas sim um período com traços de recessão de balanços. Isso significa que a saída da crise se dará de maneira mais longa. Acreditamos que os níveis já depreciados da taxa de câmbio representam uma defesa contra a possibilidade de aumento dos riscos percebidos com a reforma da previdência ou com o cenário externo. Em especial, acreditamos que a posição cíclica da economia justifica um corte adicional de juros que não deveria aguardar a aprovação da reforma da previdência.


Por conta disso, ao longo desses 6 meses, mantivemos posições aplicadas em juros nominais no Brasil, especialmente nos vencimentos mais curtos. Uma parte dessa exposição veio de estratégias com opções que se beneficiam de cortes adicionais da taxa Selic, mas apresentam perdas limitadas em cenários desfavoráveis.

Para a bolsa, entendemos que a decepção com a retomada da atividade não será um detrator importante, pois a recuperação de lucros não virá da retomada do PIB, mas sim do aumento de margens. O trabalho de racionalização e adequação de estruturas que grande parte das empresas listadas executou ao longo dos últimos anos, em combinação com a desalavancagem financeira e queda de custo financeiro resultarão em crescimento robusto de lucros, o que sustentará a performance das ações. Esse cenário justificou posições compradas no mercado local ao longo desse período. No caso da bolsa americana, tivemos posições compradas em alguns momentos em que consideramos o nível do Índice S&P 500 mais atrativo. Mais recentemente, tivemos posições vendidas na bolsa americana como estratégia de hedge para as posições locais.


Naturalmente, o desempenho do fundo líquido da taxa de administração e demais custos ainda não atingiu o objetivo de longo prazo a que nos propomos, tendo ficado ligeiramente abaixo do CDI no período. Algumas de nossas principais posições ainda não maturaram, mas acreditamos que os níveis de preço atuais continuam atrativos para essas estratégias, e poderemos colher os frutos ao longo dos próximos trimestres.


No entanto, entendemos que nos momentos mais turbulentos vividos nesses 6 primeiros meses, a diversificação estrutural a que nos propomos trouxe resultados satisfatórios, à medida em que demonstraram um nível de exposição a riscos compatível com o que desejamos manter no longo prazo. Apesar de o período em questão ter sido bastante desafiador, nosso estilo nos permitiu apresentar um resultado interessante em relação ao grupo comparável de fundos multimercado. Entendemos que essa foi uma importante vitória nesses primeiros meses do fundo.



Por fim, pelo lado da empresa, uma outra importante vitória foi termos montado uma equipe sólida e experiente. Grande parte desse time já havia se formado quando lançamos o fundo no fim de 2018. No entanto, é com orgulho que podemos dizer que, a partir de maio, nossa equipe está ainda mais robusta, com a chegada de dois profissionais bastante experientes e que já trabalharam junto a outros colegas no passado. Durante o mês de abril, juntaram-se à equipe nosso diretor de relações com investidores Marcos Yokota e o gestor de juros e moedas local Helder Bassi. Com isso, Nicolas Saad passa a focar nas estratégias de juros e moedas internacionais. Segue um organograma completo atualizado da Persevera. Para maiores informações sobre a equipe, incluindo o currículo de todos os profissionais, consulte nosso site https://www.persevera.com.br/quem-somos.


ESTRUTURA ATUAL DO TIME DA PERSEVERA







[1] CNBC: “Howard Marks: Best advice for investors” - https://www.cnbc.com/video/2015/10/01/howard-marks-best-advice-for-investors-.html, acesso em 6/fev/2019. Tradução nossa.

[2] 1 ponto base ou 1 bp (basis point) equivale a 0,01%.

[3] Variação do melhor ao pior ponto no mês

[4] Reduzimos as posições compradas próximo às máximas no mês, e voltamos a aumentá-las após a queda do mercado.


Equipe Persevera.

 

(11) 4780-3794





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